Guto Garcia.
Em seu olhar estampada a frieza
De um Homem de varias mortes.
Negro de grande poder,
Tenente Coronel para brancos fazendeiros.
No Uruguai fez homem livre,
Nascido na África, no Brasil.
Com 17 fez dono de seu destino,
Maragato de peito largo.
Pela volta das missões levou mais de 300 almas
Com sua faca em meio de goelas chimangas.
Pelos quais os matariam em Dom Pedrito.
O Negro Perigoso, os assassinos falaram em Jornais:
“Bendita seja! Mil vezes bendita seja,
A bala que para sempre levou dos vivos, O negro perigoso”
Em meios de 1924 morre já com 83 anos
Negro bandido, marido e pai de dez filhos.
Vai um verdadeiro caudilho.
Senhor das degolas, senhor de uma guerra.
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
Mais um dia.
Guto Garcia
Hoje à noite estou sem direção.
Mas para onde vai todas as direções?
Hoje a grande e sonora escuridão
Tenta acalmar essa chuva incomum.
Queria te tocar, te olhar.
Hoje estou sentindo tudo se deslocar.
Sinto a vibração, vejo a escuridão.
Sinto a água escoar, sempre na mesma direção.
Na escuridão transparece a solidão
E a vela a iluminar só o que se vê
E a luz de repente chega numa explosão
A revelar e a denunciar
Que você não vem.
E mais dias a esperar, nessa escuridão.
Hoje à noite estou sem direção.
Mas para onde vai todas as direções?
Hoje a grande e sonora escuridão
Tenta acalmar essa chuva incomum.
Queria te tocar, te olhar.
Hoje estou sentindo tudo se deslocar.
Sinto a vibração, vejo a escuridão.
Sinto a água escoar, sempre na mesma direção.
Na escuridão transparece a solidão
E a vela a iluminar só o que se vê
E a luz de repente chega numa explosão
A revelar e a denunciar
Que você não vem.
E mais dias a esperar, nessa escuridão.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
O Perdedor
Henry Lopes
O quintal da tua casa é mais bonito
Tua TV passa os melhores programas
Teu carro é mais rápido que o meu
Não, eu não sou um descontente
Tua mulher transa melhor que a minha
Teus filhos são mais inteligentes
Teu cachorro não mija no tapete
Não, eu não sou um descontente
Teu chefe não te enxe o saco todo dia
Teu emprego paga melhor que o meu
Teus clientes são fieis
Não, eu não sou um descontente
Puta que pariu
Sim, eu sou um infeliz.
O quintal da tua casa é mais bonito
Tua TV passa os melhores programas
Teu carro é mais rápido que o meu
Não, eu não sou um descontente
Tua mulher transa melhor que a minha
Teus filhos são mais inteligentes
Teu cachorro não mija no tapete
Não, eu não sou um descontente
Teu chefe não te enxe o saco todo dia
Teu emprego paga melhor que o meu
Teus clientes são fieis
Não, eu não sou um descontente
Puta que pariu
Sim, eu sou um infeliz.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
Quintal das Ilusões
Henry Lopes
Senhoras e senhores
é aqui que tudo sempre aconteceu
nossas vidas apostadas em um jogo
quanto vale a tua, quanto vale a minha,
alguma vale mais ou ambas valem nada
quanto tempo tem até tudo acabar
quanto tempo tem até algo começar
será que vai valer a pena
ou será que a pena vai chegar
será que lá vamos sofrer
ou será que lá nem vamos estar
o dia vem da onde, pra onde que ele vai
onde é que tudo começou, aonde vai ter fim
pra que serve um dia, dentro do mês inteiro
o mês dentro do ano, o ano dentro de nós
quanto vale a vida, quanto vale o mundo
uma vontade divina é quem decide tudo
é o que todos dizem, mas no final é tudo igual
poeira numa caixa de madeira
enterrada a sete palmos
no quintal das ilusões.
Senhoras e senhores
é aqui que tudo sempre aconteceu
nossas vidas apostadas em um jogo
quanto vale a tua, quanto vale a minha,
alguma vale mais ou ambas valem nada
quanto tempo tem até tudo acabar
quanto tempo tem até algo começar
será que vai valer a pena
ou será que a pena vai chegar
será que lá vamos sofrer
ou será que lá nem vamos estar
o dia vem da onde, pra onde que ele vai
onde é que tudo começou, aonde vai ter fim
pra que serve um dia, dentro do mês inteiro
o mês dentro do ano, o ano dentro de nós
quanto vale a vida, quanto vale o mundo
uma vontade divina é quem decide tudo
é o que todos dizem, mas no final é tudo igual
poeira numa caixa de madeira
enterrada a sete palmos
no quintal das ilusões.
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
O final de Vinte e Três.
Guto Garcia
Numa fazenda, na querência de Tempos.
Velho senhor olha o pampa,
Cuja não reconhece mais.
Filho de 23, nascido antes.
Viu tamanho embate.
Filho de herança Maragata.
Sulino, gaúcho.
Herdeiro do Charque,
Qual já viera fortunas.
Viu transparecer os últimos caudilhos.
Borges de Medeiros, herdeiro de Castilho,
Getúlio, Brizola.
Agora já não os vê mais.
Como Suas rugas quase centenárias
Viu o sumiço de sua raça.
Campeira, valente, rústica, maragata.
Num forte soprar do Minuano
Nascido no ultimo embate
Perdeu o auge, sobrou a queda.
O Rio Grande já não é tão grande
Governado por outros.
Mas hoje, já fraco, não importa.
Viu quase um século de história,
Mas nesse já não verá mais,
Morrerá junto com este Rio Grande
Que Hoje não se acha mais.
Numa fazenda, na querência de Tempos.
Velho senhor olha o pampa,
Cuja não reconhece mais.
Filho de 23, nascido antes.
Viu tamanho embate.
Filho de herança Maragata.
Sulino, gaúcho.
Herdeiro do Charque,
Qual já viera fortunas.
Viu transparecer os últimos caudilhos.
Borges de Medeiros, herdeiro de Castilho,
Getúlio, Brizola.
Agora já não os vê mais.
Como Suas rugas quase centenárias
Viu o sumiço de sua raça.
Campeira, valente, rústica, maragata.
Num forte soprar do Minuano
Nascido no ultimo embate
Perdeu o auge, sobrou a queda.
O Rio Grande já não é tão grande
Governado por outros.
Mas hoje, já fraco, não importa.
Viu quase um século de história,
Mas nesse já não verá mais,
Morrerá junto com este Rio Grande
Que Hoje não se acha mais.
Destinos Soltos ao Nada
Henry Lopes
Milhares de destinos
Nesta cidade antiga
Todos podem ser um
Um pode ser muitos
Todos se unem ou se separam
Taxis rodam por ai
Jovens a procura de qualquer diversão
Nesta noite clara, neste dia escuro
Um tufão de flores, primavera de gelo
Versos que não nascem
Parques cheios de nada
Vazios de qualquer coisa
Dias atoas em que tudo fica
Nem ai...
Milhares de destinos
Nesta cidade antiga
Todos podem ser um
Um pode ser muitos
Todos se unem ou se separam
Taxis rodam por ai
Jovens a procura de qualquer diversão
Nesta noite clara, neste dia escuro
Um tufão de flores, primavera de gelo
Versos que não nascem
Parques cheios de nada
Vazios de qualquer coisa
Dias atoas em que tudo fica
Nem ai...
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
Recém Chegado
Bom, essa primeira postagem é apenas para agradecer o convite ao amigo Guto Garcia que a partir de agora será meu companheiro de blog, pois estarei postando alguns rascunhos como ele próprio se referiu a minhas escritas, realmente humildes textos que pouco tem a dizer...apenas algumas idéias pensantes escritas em momentos de ócio.
O objetivo é contribuir com está dor de cabeça, talvez conquistar mais alguns leitores, o que seria otimismo da minha parte.
Ele escreve melhor que eu, o que é lógico que todos notaram com o passar do tempo, ele sabe disso mas me convidou mesmo assim. Então aguenta que eu vou ficar por aqui.
Obrigado Guto
Um Abraço a Todos!
O objetivo é contribuir com está dor de cabeça, talvez conquistar mais alguns leitores, o que seria otimismo da minha parte.
Ele escreve melhor que eu, o que é lógico que todos notaram com o passar do tempo, ele sabe disso mas me convidou mesmo assim. Então aguenta que eu vou ficar por aqui.
Obrigado Guto
Um Abraço a Todos!
Pintura de René Magritte
Bicicleta
Pública
Composição: Pedro Metz
Comprei uma bicicleta, para ir viajar
Bicicleta na linha do horizonte, lá depois do mar
com um pouco de coragem, eu entro na viagem
com os amigos, com as garotas
A porta aberta e alguns dirão live for you toys
Eu comprei uma bicicleta para ir viajar
O céu está bonito, o espaço cintilante
Odisséia lunar
E eu nunca mais deixei de brincar com a bicicleta, eu nunca mais.
Entre portas e segredos, eu vou vivendo pro agora.
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