terça-feira, 26 de outubro de 2010

Primavera, no fim de tarde.

Augusto Garcia.

No fim daquela tarde, sob a luz de caramelo que se punha sob o céu.
Ao qual muito próximo de um belo tapete de gramas verde fusco.
Eu me punha a deitar-me sobre nuvens feitas de algodão doce.
Pensando em nosso ultimo esplêndido e doce beijo.
Num dúbio cenário urbano, num fervor de buzinas e faróis.

Que pena...
Numa tórrida demonstração de amor, num lugar tão precário.
Porém penso que possa ser o mais brilhante lugar,
Pois ao meio do amontoado de ferro e pessoas, tão frio quando possam ser,
Possa, mais do que nunca, mais forte que o mais estúpido temporal,
Mais do que mais, transparecer e contrastar tamanho amor com tão dúbio lugar.

Quando me deliciava em tão belos e saborosos lábios,
Os outros se pregavam a sua usura diária, atrás, sempre atrás.
Quando pedia ao tempo que ele parasse.
Ele sempre pedindo para que ele voasse.

Naquele instante senti o que muitos querem sem saber,
O que provavelmente corremos tanto sem saber o que é...
O mais admirável e singelo, que está além do infinito.
O meu paraíso, o meu santuário, minha santidade.

Pois todos querem é um lugar,
Onde possam ficar nus por completo,
Só com o amor, para se deliciar, sem temer, sem preocupar.
Um lugar de paz, sem o inferno de cada um,
Que carregam consigo, todos os dias.
E mais que possam me dizer que possa achar e outro lugar,
Só com uma senti tão fantástico sabor, com tanta paz e amor.