quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Porrão

Henry Lopes

A casa toda dorme
Orgias de idéias que acontecem na tua cabeça
Plataformas de luzes delirantes que nada iluminam
Delírios assim não tem linha de chegada nem ponto de partida tanto quanto um objetivo
Delírios de um mortal que mostrou o caminho para o éden eterno
Visões que jamais poderíamos ter
Glorias de um passado irreal
Breve momento de lucidez, visão de uma verdade que não é minha
Segundos iluminados foi o que vi.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Americano.

Guto Garcia

Quem sou, alem de um latino
Herdeiro de Che e Bolívar.
Na terra mais castelhana das terras dos Braganças
Sou mais, louco sem eira nem beira.

Sou mais um entre mortais,
Sou o resto de uma geração de restos.
Sou o orgulho de um sistema sujo.
Sou o que deu pra ser.

Sou o inicio de um final,
Final dos tempos de luz,
Agora vejas só dor.
Numa America latina sem cara, sem graça.

Sou filho sem orgulho,
Sou pai sem filhos.
Numa pátria de uma geração sem Bela época.
Sofreremos apenas a depressão.

Sofreremos pelas decisões de outros.
É perecer pelo próprio “ritmo próprio”.
Sem graça, e de que vale o carnaval?
Dão-me apenas dividas e correções a fazer.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Tando um do outro

Henry Lopes

Esparço no espaço sideral
Entre teus braços é que nunca sei onde estou
Contigo nada é tão parecido
Na janela de teu quarto me perdi no teu corpo
Tanto que não te disse, nem fui eu
Tu que não sabe quase nada de ti
Eu que não sei quase nada de mim
Nós que sabemos tanto um do outro
Cúmplices em um crime qualquer
Assassinato de alguém que gostava
Morte de um amor que tu me tiraste.

Conjugação do Verbo

Henry Lopes

Existir contigo
Sim eu existo
Tu comigo existes
Ele existe junto a ela
Juntos nós sempre existimos
Vós existis para sempre
Eles sempre existem comigo
Então vamos continuar existindo.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Contemplação do nada.

Guto Garcia.

Agora inverto o tempo, vejo numa casa toda aberta,
Nela estava dentro não só o vento, a apatia de vidas.
Agora meço vento, em rosto mórbido.
Não penso, não reajo, inerte ao tempo e espaço.

Todas as comparações com o fim são só comparações.
É só um tempo, plano, um ato sem pretensões de sucesso.
Não pode haver um sussurro, um gemido.
É um momento de contemplação da solidão.

Qualquer recordação, mera lembrança sem intenção
É perca de tempo, destruiria o momento.
Agora sou só eu e o vento.
Se na porta agora entrasse alguém, quem for, seria o fim.

Dobro o ar em mil formas, lhe quebro com meu corpo.
Num momento o mundo não existe mais,
Estou só e nada, só comigo.
Na saudade o branco do esquecimento. E só!

O amanhã não existe, o ontem nunca ocorreu.
O Hoje é uma epnéia do nada.
O final não existe, pois o começo nunca existiu.
Pelo menos agora tudo é assim.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

As Tartarugas Astrais

Henry Lopes

Tartarugas voadoras,
tão velozes quanto o sêmen de Aristóteles
jorrando em meio as pernas de Maria Madalena
apenas mais uma Maria nas esquinas da galáxia
São como rodas de samba underground,
que nunca deixaram de acontecer na luz
de um olhar maléfico encarnado no corpo do espírito

Tartarugas realmente rápidas
Idéias nem tanto, verbos com poucas virgulas
acabam se misturando dentro da galáxia, dela,
ninguém menos que a própria Maria Madalena
a primeira mulher a receber a porra sagrada,
do grande Jesus Cristo, aquele que tudo pode

Tartarugas incríveis estás são
Moram na ilha de lost, junto ao padre voador,
o qual ninguém mais viu, mas está lá,
uma outra galáxia, um dia ela será encontrada
junto a ela todas as tartarugas
Sim, elas realmente voam.

Torturante

Henry Lopes

O poeta com seu 12 anos
Na tortura psicológica diária
Morrendo aos pocados
Seu cigarro não o deixara
Aproveita o comercial da tv
Fugindo da realidade tosca.