sexta-feira, 1 de abril de 2011

Nada!

Augusto Garcia

No fim da tarde, com o fim do sol,
Em minha estante olho as poucas coisas que tenho
Livros velhos e resgados.
No que escrevo vejo o pouco de mim que ainda existe

A cada fim de tarde, um pouco do que resta se esvai,
Como se fosse a cerveja no copo.
E no fim o que tenho é quase mais nada além de um pouco de liquido e espuma.
Neste cenário tórrido, talvez fugaz.

Em cada mentira que creio, vai um pouco mais.
Em cada verdade que invento não creio mais.
E em minha mente o demônio toma forma,
Criando não numa forma clássica,
Mas sim em alguns rostos que vejo pelo dia.

E por isso hoje, meus pesadelos, sonhos e realidade se fundem .
Num labirinto que não tem definido inicio ou fim.
Onde as retas e as curvas são tão iguais.
E nesse caos que persigo algo que seja minha essência.
Que me defina novamente como ser, como humano.

Temo que no fim, o que me de origem, o que eu seja,
Seja um vazio escuro, silencioso.
Pois isso significa que todo meu objetivo e resumo
É nada mais, nada além do que o nada!
Dando assim o grande motivo de viver e do que eu posso ser!