terça-feira, 30 de julho de 2013

Sobre minha morte.


                               Augusto Garcia

Sobre minha potencial morte surge uma impassível sensação de amargor.
Sobre o negro azul de minha alma, que se distingue ao branco de meus olhos,
Sinto o não mais doloso vazio.

E mesmo com a falha descarada dos homens santos
Dou único passo que precede o pulo.
Vejo derrubar a mitologia de minha civilização, e pago o preço.

Não posso mais reaver meu lugar, pois do pulo não há retorno.
Chocado andava com passos tortos, mas agora engulo a seco minha senhora morta.
E quando sucumbo, vejo o quanto o homem de branco é infiel, pois,
Sua carne é tão podre quanto a minha, e sua dor é tão forte como a minha.

E com o ultimo lamento tolo que dou, grito, pois mais nada resta, mais nada temo.
E com o ultimo achado, vejo um novo mundo.
Não a resposta, não há nada que conheça, não há lugar, NÃO HÁ!

Neste mundo o que vejo é só o mundo novo.