quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Alegoria dos mortos.

Augusto Duarte Garcia

As caveiras sustentadas pelas almas escondidas pela casca podre
Os paradoxos escondidos sobre o engano da certeza,
Nossas magoas cobertas pelas gargalhadas
As duvidas subjugadas pela a arrogância de quem não sabe.
Neste pequeno e mundo tão digital, arcaico.
A certeza da morte diluída na indesvendável vida.
A importância reduzida pelo supérfluo.

Meu querer pode não ser mais nada,
Meu querer pelo nada seduz mais que me querer!
O Eu substituído pelo MEU.
E as caveiras seguem sustentadas até o dia dois!

sábado, 16 de julho de 2011

Casualidade

(Henry Lopes)

Justo eu homem
tão certo e sem amor
que mato minha vontade
na carne sem valor

Justo tu mulher
que ama o que nem sabe
sacia-te na mentira
invenções mal criadas

Justamente o dito sentimento
o tal desejo, que chama
esse tal amor
que tão pouco se conhece

Justo nós, um encontro
o breve beijo após o flerte
seguido de um até mais
como um amor de carnaval.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Texto 14 ou 15

Guto Garcia.

Hoje estou pro um triz,
Estou quase me dando um tiro,
Estourando a cabeça.

Pois há dias que todo parece ser inútil,
Não que hoje seja assim,
Mas eu só preciso de um instante.

Escrevi para na verdade dizer,
Que dias assim creio que isso seja inútil
Por não ter mais saco, que se dane.

Escrevi porque não vejo objetivo
Porque quem sabe seja a ultima vez
Não de vida, mas de escrita ou se lá?

Pois as coisas que gosto já não gosto tanto.
Por que o sabor já não é o mesmo
Por que já estou nem ai!

Minha ninfa


Augusto Garcia

Vamos minha bela ninfa, guardiã de minhas paixões.
Vamos sucumbir aos nossos desejos.
Entregues as nossas paixões e desejos.

No meu sangue que gravo em você minha absoluta submissão
A seus desejos, suas pernas, seu colo.
Minha morena de cabelos curtos e castanhos,
Minha pequena paixão.

Com a voz tremula e corpo retorcido pelo amor,
Entregue aos meus prazeres,
Lhe dou toda dedicação, todo ar.

Seja minha mais uma vez, seja minha para todas às vezes,
Sem folego após o ultimo gole de você
Eu e você estaremos sempre a se perder.

Weird Fishes/Arpeggi



Peixes Estranhos/Arpejo

No mais profundo oceanoNo fundo do marSeus olhos,Eles me deixam...Por que eu deveria permanecer aqui?Por que eu deveria permanecer?

Eu seria louco em não seguirSeguir suas instruçõesSeus olhos,Eles me deixam...

Despertam-me para fantasmasEu sigo para a borda da terraE diminuoTodos partemSe eles têm a chanceE essa é a minha chance

eu fui devorado por minhocaspeixes estranhos...trazidos à superfície abocanhados por minhocaspeixes estranhos...peixes estranhos...peixes estranhos...

eu tocarei o fundo!eu tocarei o fundo e escaparei!escaparei!

eu tocarei o fundo!eu tocarei o fundo e escaparei!escaparei!

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Nada!

Augusto Garcia

No fim da tarde, com o fim do sol,
Em minha estante olho as poucas coisas que tenho
Livros velhos e resgados.
No que escrevo vejo o pouco de mim que ainda existe

A cada fim de tarde, um pouco do que resta se esvai,
Como se fosse a cerveja no copo.
E no fim o que tenho é quase mais nada além de um pouco de liquido e espuma.
Neste cenário tórrido, talvez fugaz.

Em cada mentira que creio, vai um pouco mais.
Em cada verdade que invento não creio mais.
E em minha mente o demônio toma forma,
Criando não numa forma clássica,
Mas sim em alguns rostos que vejo pelo dia.

E por isso hoje, meus pesadelos, sonhos e realidade se fundem .
Num labirinto que não tem definido inicio ou fim.
Onde as retas e as curvas são tão iguais.
E nesse caos que persigo algo que seja minha essência.
Que me defina novamente como ser, como humano.

Temo que no fim, o que me de origem, o que eu seja,
Seja um vazio escuro, silencioso.
Pois isso significa que todo meu objetivo e resumo
É nada mais, nada além do que o nada!
Dando assim o grande motivo de viver e do que eu posso ser!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A Cima dos Pinheirais

Guto Garcia

Nesta tarde sobreponho ao ar
Sobre sua famosa importância
Hoje não temo mais,
As dores, as magoas são desnecessárias.

Estou sobre nuvens.
A chuva da tarde se extingue
Só há luz, formosa, graciosa.
Sinto-me em paz e vivo, vivo demais.

Olhe para meu rosto gelado e contente.
Mas sinto-me só, sem tu.
Tu que és minha espiração, minha alegria.

Mas sorria, pois estou acima dos pinheiros,
Estou a rir e dançar, com os Deuses e as ninfas.
Mas ficarei a me guardar, para quando você também chegar.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Discutindo com o que há de ser

(Henry Lopes)

Olhando a mim mesmo pela janela
me vejo longe
um transeunte tranquilo

Te vendo pelo espelho
te vejo ao avesso
pura
criança de brinquedo novo

Os dois sentados na varanda
lendo sobre o futuro
deduzindo coisas
fragmentando ideias

Numa tarde que não foi
o que havia de ter sido
O futuro baseado no passado
ou nele mesmo
Mas o sol não se foi

É dessa forma que enlouqueço
Porem
Sem pressa alguma

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Inspirado em Vinícius

(Henry Lopes)

Minhas noites de poeta
que são noites de boemia
Minhas noites na companhia
do poeta de Moraes

A sobriedade que já me falta
nem falta mais me faz
A razão que não mais me tem
já tem todo direito de me deixar

Madrugadas a desejar
no trago forte do bar
Velhas aguas roladas
na velha cachaçaria

É meu pranto a rolar
que é uma cachoeira
É a nostalgia
a me consolar.