quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Verão, fervor da certeza incerta.

Guto Garcia

No suor... no cansaço... na miragem de algo melhor...
Não sinto mais nada além da raiva que tonteia.
Sob a mais aflita e cansativa dor, não aceite, é o que falo para mim, não aceite!

Como posso agüentar, como posso aceitar,
A agonia que rasca a alma, cega.
Minhas mãos me falam de seus desejos,
Revelam-me seu lado mais sombrio,
E eu mergulho em sua dor, em seu fervor.

Agora estou atrás do poder que aminha fome deseja,
Agora poucas sensações me guiam, eu me deixo mergulhar.
O meu corpo ferver e só tende a queimar mais.
Cego, vou em frente sem mais nada perceber.

Comigo revelo planos, arquiteto coisas...
Sou um poço de dor e desejos,
Objeto de minha raiva, neste calor que me enfurece mais.
Não há fala, quando cada fez me aproximo do que anseio.

Sigo rente, alucinado, com esse sentimento,
Não há mais nada em volta, não há ar nem vida além da que cobiço.
E quando chego já sei o que fazer.
Já sei como deve acabar...

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