sexta-feira, 26 de novembro de 2010

No Serro.

Guto Garcia

No serro, com meu mate amargo,
Sobre os animais que pastam,
Sob o céu cinza de julho, “lá vem chuva”.

No frio cortante estou posto sobre o serro.
Olho o campo verde, vendo a dança da grama com o vento,
Os cucurutos rebolam desajeitados.

Com meu mate bem quente, olho o gado,
Olho pro céu que prenuncia temporal.
Vejo lá do serro, bem cedo.

E o vento que parenta querer me emburrar.
E o mate que me consola do frio,
E o gado que parece não se importar.

Levo o gado de lá,
Abrigar da chuva que vem forte,
E me abrigo na casa que fica do lado do serro.

Eu e meu mate.

2 comentários:

  1. Resolvi xeretar uns blogs e acabei caindo aqui. Achei admirável a capacidade de transporte que tem sua narrativa poética! Me senti em meio ao "serro" como vc chama. E, embora não tenha visto seu perfil, creio que seja do sul, em dados momentos me peguei lendo "cantado" como vcs aí fazem. Gosteimuito e pretendo voltar.

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  2. Bem legalzinho! Quem não conheçe até acredita que o sujeito é gaudério! hehe

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