Guto Garcia
No serro, com meu mate amargo,
Sobre os animais que pastam,
Sob o céu cinza de julho, “lá vem chuva”.
No frio cortante estou posto sobre o serro.
Olho o campo verde, vendo a dança da grama com o vento,
Os cucurutos rebolam desajeitados.
Com meu mate bem quente, olho o gado,
Olho pro céu que prenuncia temporal.
Vejo lá do serro, bem cedo.
E o vento que parenta querer me emburrar.
E o mate que me consola do frio,
E o gado que parece não se importar.
Levo o gado de lá,
Abrigar da chuva que vem forte,
E me abrigo na casa que fica do lado do serro.
Eu e meu mate.
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Verão, fervor da certeza incerta.
Guto Garcia
No suor... no cansaço... na miragem de algo melhor...
Não sinto mais nada além da raiva que tonteia.
Sob a mais aflita e cansativa dor, não aceite, é o que falo para mim, não aceite!
Como posso agüentar, como posso aceitar,
A agonia que rasca a alma, cega.
Minhas mãos me falam de seus desejos,
Revelam-me seu lado mais sombrio,
E eu mergulho em sua dor, em seu fervor.
Agora estou atrás do poder que aminha fome deseja,
Agora poucas sensações me guiam, eu me deixo mergulhar.
O meu corpo ferver e só tende a queimar mais.
Cego, vou em frente sem mais nada perceber.
Comigo revelo planos, arquiteto coisas...
Sou um poço de dor e desejos,
Objeto de minha raiva, neste calor que me enfurece mais.
Não há fala, quando cada fez me aproximo do que anseio.
Sigo rente, alucinado, com esse sentimento,
Não há mais nada em volta, não há ar nem vida além da que cobiço.
E quando chego já sei o que fazer.
Já sei como deve acabar...
No suor... no cansaço... na miragem de algo melhor...
Não sinto mais nada além da raiva que tonteia.
Sob a mais aflita e cansativa dor, não aceite, é o que falo para mim, não aceite!
Como posso agüentar, como posso aceitar,
A agonia que rasca a alma, cega.
Minhas mãos me falam de seus desejos,
Revelam-me seu lado mais sombrio,
E eu mergulho em sua dor, em seu fervor.
Agora estou atrás do poder que aminha fome deseja,
Agora poucas sensações me guiam, eu me deixo mergulhar.
O meu corpo ferver e só tende a queimar mais.
Cego, vou em frente sem mais nada perceber.
Comigo revelo planos, arquiteto coisas...
Sou um poço de dor e desejos,
Objeto de minha raiva, neste calor que me enfurece mais.
Não há fala, quando cada fez me aproximo do que anseio.
Sigo rente, alucinado, com esse sentimento,
Não há mais nada em volta, não há ar nem vida além da que cobiço.
E quando chego já sei o que fazer.
Já sei como deve acabar...
domingo, 14 de novembro de 2010
Veracidade
(Henry Lopes)
A despedida tem sido suave
a chegada tão sem valor
A angustia é sincera
enquanto o calor da alegria
mente descaradamente
O poeta que narra contente
se ilude, mente a si
A poesia não é calorosa
desilusão, medo e dor
são pura verdade
poesia lucida.
A despedida tem sido suave
a chegada tão sem valor
A angustia é sincera
enquanto o calor da alegria
mente descaradamente
O poeta que narra contente
se ilude, mente a si
A poesia não é calorosa
desilusão, medo e dor
são pura verdade
poesia lucida.
Diálogo
(Henry Lopes)
-Eu tenho olhado o blog de vocês e nada teu Henry
O engraçado é que não é por vos querer esconder
A culpa é da tal inspiração: -ela não bate mais! caraio
-Faz tempo que tu não escreve
Um amigo disse. Ele tava bêbado
Eu também. É irrelevante
É pura verdade, sou pura perda de tempo
Claro que a principio a culpa era dela
Mas ela...ela quer que eu me...
Ah vai saber!
O álcool sempre foi meu porta voz
Não sou um bêbado
Não tenho como sustentar tal luxo
Mas o álcool
Sempre foi porta-voz de minhas verdades
A variação disso, daquilo ou ela
Vem encontrar sempre ao que irá, do verbo ir
Talvez um dia.
-Eu tenho olhado o blog de vocês e nada teu Henry
O engraçado é que não é por vos querer esconder
A culpa é da tal inspiração: -ela não bate mais! caraio
-Faz tempo que tu não escreve
Um amigo disse. Ele tava bêbado
Eu também. É irrelevante
É pura verdade, sou pura perda de tempo
Claro que a principio a culpa era dela
Mas ela...ela quer que eu me...
Ah vai saber!
O álcool sempre foi meu porta voz
Não sou um bêbado
Não tenho como sustentar tal luxo
Mas o álcool
Sempre foi porta-voz de minhas verdades
A variação disso, daquilo ou ela
Vem encontrar sempre ao que irá, do verbo ir
Talvez um dia.
sábado, 6 de novembro de 2010
Inverno, a Odisséia sem fim: Uma viagem para o Branco, insólito, frio e solitário inferno que jamais outro homem viu.
Guto Garcia
E através do horizonte, aflito e só.
Olhando cada nó, num pedido...
Ao meio dessa imensidão fria eu não sei...
... não sei se há norte-sul, baixo-alto.
Não sei se realmente estou a olhar,
Não creio que possa ver você a me olhar
Neste branco junto do cinza do céu
Não há dimensão de chão ou ar.
E cada nó que tem se aqui, eu nem sei se estou a sofrer ou dormir
Só sei que sinto um beliscão,
Sei que sinto solidão!
E cada momento que olho para frente menos sei se estou indo há você
Cada vez que ando menos sei se estou a andar
Eu não sei... não sei... não sei!
Só sei que aonde chegar, quero dormir num quente e fofo sofá.
Mas só sinto uma angustia crescente, que avança, avança...
Não há mais dor, não há mais ar,
Vou avante, nem sabendo se é para frente que vou!
E através do horizonte, aflito e só.
Olhando cada nó, num pedido...
Ao meio dessa imensidão fria eu não sei...
... não sei se há norte-sul, baixo-alto.
Não sei se realmente estou a olhar,
Não creio que possa ver você a me olhar
Neste branco junto do cinza do céu
Não há dimensão de chão ou ar.
E cada nó que tem se aqui, eu nem sei se estou a sofrer ou dormir
Só sei que sinto um beliscão,
Sei que sinto solidão!
E cada momento que olho para frente menos sei se estou indo há você
Cada vez que ando menos sei se estou a andar
Eu não sei... não sei... não sei!
Só sei que aonde chegar, quero dormir num quente e fofo sofá.
Mas só sinto uma angustia crescente, que avança, avança...
Não há mais dor, não há mais ar,
Vou avante, nem sabendo se é para frente que vou!
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