quarta-feira, 15 de agosto de 2012

A noite.



                               Augusto Garcia

A madrugada que tem muito tempo,
A madrugada que não morre,
A madrugada que me agride com o vento
O vento que uiva forte, tão forte que rasga a carne.

A madrugada que tem nada,
A madrugada que é viúva,
Mas é madrugada que tem graça.
Como uma boa viúva.

A madrugada de se cala,
Se cala para não ser notada,
Para não perde a graça.

Tão vadia é a madrugada,
Sempre tão cala, sempre tão safada.

Será que a madrugada que tem nada,
Ou Será a madrugada uma boa safada?

Sempre tão gelada,
Sempre tão escura,
Sempre tão inclusa,
Nem sempre tão disposta,

Mas como uma boa puta,
Sempre charmosa.
Mas para mim, sempre pura, sempre desabitada.

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