segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Contemplação do nada.

Guto Garcia.

Agora inverto o tempo, vejo numa casa toda aberta,
Nela estava dentro não só o vento, a apatia de vidas.
Agora meço vento, em rosto mórbido.
Não penso, não reajo, inerte ao tempo e espaço.

Todas as comparações com o fim são só comparações.
É só um tempo, plano, um ato sem pretensões de sucesso.
Não pode haver um sussurro, um gemido.
É um momento de contemplação da solidão.

Qualquer recordação, mera lembrança sem intenção
É perca de tempo, destruiria o momento.
Agora sou só eu e o vento.
Se na porta agora entrasse alguém, quem for, seria o fim.

Dobro o ar em mil formas, lhe quebro com meu corpo.
Num momento o mundo não existe mais,
Estou só e nada, só comigo.
Na saudade o branco do esquecimento. E só!

O amanhã não existe, o ontem nunca ocorreu.
O Hoje é uma epnéia do nada.
O final não existe, pois o começo nunca existiu.
Pelo menos agora tudo é assim.

Um comentário:

  1. Irmão,
    valeu pela presença e comentário no blog..o Bertold Brecht mandou radicalmente na frase, bota la no teu orkut, aproveita me add la tbm..valeu irmão?

    Belo poema..o não sentir e a vida amorfa, a solidão, o vázio, um sentir efemero...isso é meio angustiante..o vácuo na alma!

    Abração irmão,
    Boa semana pra ti!

    ResponderExcluir