segunda-feira, 29 de março de 2010

Lar (Dor de cabeça da constante duvida e a hipotética teoria do criacionismo)

Augusto Duarte Garcia.

I

Quando vejo, na janela,
Aquele cenário estranho,
Noto o quando estou longe de casa.

Sinto o estomago estranho,
Como se tive me reprimindo,
Resumindo-me a ele.

A solidão bate forte,
E as luzes verdes do prédio do jornal
Me deprimi mais.

II

Mas por que sentir falta deste lugar,
Sempre tão escuro tão pouco amistoso.
Cuja sempre me faz querer o outro,
Outra casa, outra família, não quero mais sentir.

Neste lugar a paz tem sempre data certa,
A tranqüilidade é apenas calmaria passageira,
Que quando deixa transparecer peremptória se acaba,
Deixando lágrimas, ressentimentos que ficam cada dia maiores.

Não há como crer no amor em lugares assim,
Pois o que cria é só desordem, fúria, dor.
Não há como crer no outro,
Não há como viver com o outro.

III
O lugar que vivo parece ser sempre deserto,
Nunca nasce algo que no fim fique comigo,
Pois sempre chega à hora de ir,
E as paredes é tudo que resta.

Onde surgi, nunca tiveram crença em mim,
A não ser poucos tolos iguais a mim.
Mas sempre que ando só pelas ruas
Parece que estão de olho em mim, duvidando.

Meus passos sempre são mais pesados e desconfiados,
Nunca quis isso, mas sempre foi assim.
E agora que posso estar tão perto de ir,
Não sei se sentirei falta deste lugar ou alivio de sair.

IV

Mas como posso ser assim?
A dor que sinto é delirante,
Mas o ar sempre foi mais difícil de engoli ali.
Não há orgulho nisso, só tristeza.

Sinto-me mal por isso, o que sou?
Um traído ou traidor?
O que me restará quando corta minhas raízes?
O que sentirei?

Meu coração só se faz dor,
Meu orgulho se desfaz como se nunca houvesse,
Meus olhos se desmancham como se não pudesse ver,
Não é honroso, só há ônus, sofrimento, uma dor no peito que não se vai.

V

Porém quando as lagrimas se vão,
Sei que posso contar com poucos loucos.
Sempre fiéis, sempre ali.
No fim a estrada leva para longe dali.

A aurora estará no final desta noite,
Com ela irei esquecer tudo,
Recomeçar, sem pesos,
Sem a dor que me desfaz.

Porém do futuro se tem nada,
Além de expectativas.
Um novo inicio, um novo lugar,
Mas só!

3 comentários:

  1. Lindo, vc escre de onde ? Piratini no RS ou outro lugar?

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  2. Bom, já que perguntaste, está como anônimo, irei responder, espero que possa ler depois.
    Tem mais a ver com a frustração que uma pessoa pode ter com o lugar onde vive, com quem vice e como vive, o texto diz mais disto, pra mim. Não quer disser que só há estes sentimentos, mas o texto fala só destes sentimentos.
    Espero que satisfaça a duvida e que não lhe deixe frustrado.

    Obrigado por ler o blog, volte sempre que quiser!

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  3. E aí véi, blza?
    Muito bom..gostei!
    Solidão, desesperança? Não. Pois ainda e felizmente conta com uns poucos loucos, mas quem não é de todo louco nesse mundo de sofrimento? E qndo se vê da janela. aquele cenário estranho..está na realidade se vendo a si próprio, tentando buscar um novo lugar

    Abração e ótima semana

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